VOU A TUA CASA
Filipe Coutinho
O Vou A Tua Casa que aconteceu na primeira fase da trilogia, na minha casa e da Selma, foi um acontecimento que teve uma dimensão estranha. Difusa. Por um lado estava um amigo em minha casa a simular que era o meu amigo, ao mesmo tempo estava o actor a trabalhar com: (como uma espécie de material narrativo) o espaço da casa e a vida (presença) dos espectadores. Lembro-me do sentimento que tive quando acabou: valeu a pena; esta é uma ideia forte; funciona. Território mental: sem conceptualizações excessivas e inevitavelmente irreflectidas, imaginei as reflexões que o autor poderia ter sobre cada “ida a casa”, e que gostaria de saber quais seriam enquanto o Rogério se movimentava, de metro ou táxi, de uma para outra casa. Esse seria o momento de preparação da intuição?
[Filipe Coutinho é arquitecto e cenógrafo.]