quinta-feira, maio 04, 2006

justiça performativa.

Em 2004,
tive uma conversa em Torres Vedras (onde me encontrava a apresentar a primeira parte do Vou A Tua Casa), com uma pessoa importante das artes e da cultura, que, incomodada com a excessiva dependência das performances nas expectativas dos espectadores, me perguntava: "Mas porque é que não tens assim uma estrutura fixa, perfeitamente controlada, que possas repetir sempre que as condições não permitem que haja essa aproximação que tu desejas ao objecto? É que parece-me um pouco ingénuo da tua parte acreditares que a validade de uma performance possa depender quase exclusivamente da reacção dos espectadores...". Já não me recordo exactamente do que lhe disse em resposta (cordial, na altura, dadas as circunstâncias...), por isso resumo-me hoje às palavras da Andrea Zittel, uma artista que admiro:


« ...para isso seria designer; o designer tem a responsabilidade de conceber objectos que sirvam o maior número de pessoas, e eu penso que isso não é muito libertador. »


©Andrea Zittel