terça-feira, novembro 21, 2006

projecto de documentação.

COLABORADOR, #3

Verónica Metello
[historiadora de arte]


08.08.2006
Peço desculpa de não ter respondido antes. Estive de férias a semana passada; no entanto, estas serviram notavelmente para ordenar as minhas ideias relativamente a este projecto e à minha intervenção. Como vos tinha dito, farei um ensaio fundamentado na noção de distância. A minha ideia é problematizar a operacionalização do mecanismo performance (tendo por base e referência àquilo que conheço do trabalho do Rogério) na sua relação com a supressão ou evidência da noção de distância. Como referi, não se trata apenas de pensar a distância física (geográfica), mas também de focar outras distâncias. Correlativamente, pensei articular este ensaio com uma intervenção do meu convidado proposto. Trata-se de um realizador de cinema e fotógrafo canarino a quem eu gostaria de lançar o desafio de traduzir visualmente as distâncias físicas que enquadraram o Vou A Tua Casa. Desta forma, o resultado do trabalho deste convidado deverá estar directamente relacionado com a minha aproximação a este projecto. Assim, a minha proposta implica que o Damian Perea faça algumas imagens que podem ser incluídas no meu texto. Já falei com ele, estou à espera da resposta. Um beijinho, Verónica.

13.10.2006
Estive a falar com o Damian Perea, que somente poderá vir a Lisboa no início de Novembro. Dadas estas contigências, tive uma ideia muito melhor: o meu convidado será do universo da joalharia. Vou pedir a uma de duas joalheiras, de quem admiro o trabalho, que pensem um "objecto performativo", um objecto criado por uma joalheira à luz do teu trabalho, que lhe deve ser correlativo e incluir-se, por sua vez, na vida de quem o utiliza. Tratar-se-á de um objecto a construir, ao modo de um origami, em papel. Está impresso numa página normal do catálogo, bidimensionalmente, com as instruções de corte (incluindo os ícones normais, como picotado, tesoura, etc.) e dobragem. Que te parece? Beijinhos, Verónica.

21.11.2006
Ana Cardim já está a trabalhar na colaboração. É muito importante que comuniquem, tanto que existem pormenores técnicos em questão. Parece-me uma ideia fantástica, dado que fará com que o catálogo implique, ele mesmo, uma dimensão performativa por parte do leitor — este ver-se-á activamente envolvido, agindo, construindo, e trazendo para parte da sua vida um objecto que o pode acompanhar. No final desta semana, inaugurará uma exposição da Ana numa galeria de joalharia do Bairro Alto. Será uma boa oportunidade para se conhecerem e trocarem ideias. Ela está super entusiasmada. Vamos falando. Um beijinho e bom trabalho. Verónica.