terça-feira, fevereiro 07, 2006

fui a tua casa.

COVILHÃ
Quarta Casa


15.01.06, 15:00


Aos 30 minutos de espectáculo, já ninguém sabia o que era verdade, o que era mentira, quem sabia de tudo e não queria dizer, quem parecia que por vezes descambava e logo disfarçava, quem parecia vítima de um complot colectivo, quem já achava que sabia tudo, quem vestia e despia personagens várias ao sabor de um jogo inventado à pressa para substituir o espectáculo que já não existia, quem se deixava enganar, quem aprendia a enganar e a divertir-se com isso, quem se protegia atrás de um "eu não estou a perceber nada, por isso vou manter-me calado para que ninguém repare", e por aí fora. Aos 60 minutos de espectáculo e vários post-its colados e descolados depois, eu já não tinha mão no espectáculo que propus. Deixei-os a brincar e fui conversar com uma jornalista que lá estava à procura de uma notícia. Dentro deste Panóptico hiper-aquecido, os jogadores continuavam a competir pelo grande prémio da verosimilhança. "Isto é sobre a ambiguidade, não é?" [Graça Passos] vs. "Não fui eu que os convidei, foram eles que se fizeram convidados!" [Rui Sena].