Casa Conveniente
Folha em branco. Meti na cabeça que seria sempre sobre um tempo antes, sobre a importância de um tempo antes. Inventei vários. Este é como se não existisse. Trata-se de um tempo escrito. Nado e criado num tempo antes, num tempo importante. Mas escrito. Suspenso. Parado. À espera. Lembrei-me de inventar um workshop de escrita performativa, convidar um escritor, elaborar um projecto, propô-lo. Desisti; basta de dogmas. Folha em branco não é uma metáfora. É mesmo uma folha em branco. Ponto. Nunca se parte do nada, não existem tábuas rasas nem poços sem fundo. Mesmo quando não há nada no fundo dos poços, há sempre os poços, e há sempre os fundos. Nunca gostei de metáforas. E depois a Casa Conveniente é tudo menos uma folha em branco. A Casa Conveniente é tudo menos uma metáfora.
17 de Dezembro de 2005
22:00
22:00
