VOU A TUA CASA
OFICINA DE TRABALHO
Quase 4 anos depois desde a última edição do workshop Vou A Tua Casa, que passou por cidades como Lisboa, Porto, Torres Vedras, Braga, Caldas da Rainha, Almada, Hamburgo, Berlim e Arnhem, e a convite do Teatro Académico Gil Vicente (Coimbra), regressei este mês a um formato que sempre me pareceu o mais certeiro no que às dimensões teórico-conceptuais do projecto em questão diz respeito: um espaço de partilha e de experimentação em torno de um trabalho cuja premissa basilar é virar a construção teatral do avesso, para melhor lhe vermos não os mecanismos que a fazem funcionar, mas as entranhas que a podem matar. Esta edição especial do workshop, que terá resultados públicos no início do próximo ano, coincide também com a pré-publicação online de alguns dos conteúdos do livro e do documentário "Vou A Tua Casa", cuja edição física será lançada igualmente no início do próximo ano. Mais informações sobre as actividades terroristas levadas a cabo na cidade dos doutores serão disponibilizadas brevemente. Até lá, não esquecer que (e apesar de tudo)...
Mais sobre o workshop:
Uma trilogia teatral em forma de mapa-percurso: o ponto 'A' é a tua casa, o ponto 'C' é a minha, o ponto 'B' é aquele sítio impossível onde por ti sou apanhado no meio. Em Lisboa e noutros sítios. O projecto, conjunto de três performances, um ciclo de conferências, um livro e um vídeo-documentário, desenrolou-se em várias cidades portuguesas e estrangeiras entre 2003 e 2006, baseando-se num deslocamento geo-emocional dos lugares onde habitualmente vemos e participamos em projectos performativos: a primeira performance acontecia na casa dos espectadores, a segunda em espaços públicos à escolha do espectador, a terceira na casa do próprio criador. Para este workshop proponho um espaço de discussão/reflexão à volta das dimensões teóricas mais importantes que emergem do projecto, com vista à construção de um projecto pessoal de intervenção em espaços inusitados que será levado a cabo por cada participante. Mais do que uma prospecção sobre materiais residuais de uma performance circunscrita a um tempo e a um espaço específicos, o workshop alicerçar-se-á numa reflexão sobre a prática documental quando aplicada às artes performativas, operando criticamente em conceitos como os da efemeridade, memória, intimidade/privacidade e discurso autobiográfico. Aberto a todos aqueles que gostam de questionar a essência do gesto artístico, a teatralidade inerente às acções mais ou menos banais do quotidiano e os limites da privacidade.